terça-feira, 31 de maio de 2011

Oím



Quando eu disse que não queria mais e você acatou a minha decisão, tudo que passou pela minha cabeça foi


"Ê, nunca mais eu vi
Os oím do meu amor,
Nunca mais eu vi
Os oím dela brilhar
Nunca mais eu vi
Os oím do meu amor
São dois jarrinho de flor
E todo mundo quer cheirar"


Por isso chorei.
Por pensar que eu não veria mais os seus olhos brilharem tão perto dos meus.

domingo, 29 de maio de 2011

Temporal




Gotas. Lágrimas caindo a noite inteira, por muitos motivos, por motivo nenhum. Algumas conversas realizadas, outras incompletas, uma ausente.

Um coração angustiado aguardando a morte. Ou algo muito parecido.

Uma sensação calma e serena, um leve sussurrar: "tudo passa".

E talvez a vida tenha passado também.



Fim.

Tudo sempre termina.

Se não acabou a vida, acabou essa história. Acabou a nossa história. Acabaram todas as histórias.


E eu só vejo o nada.

sábado, 21 de maio de 2011

Fim do Mundo

Foto: Ploft...
Autor: Rui Matos


Há tantos boatos de que o mundo acaba (ou começa a acabar) hoje que não consegui me desviar dessas informações. Pleiteiam meu pensamento idéias meio divagadas, sobre o que aconteceria se isso realmente fosse verdade.

Se Jesus voltasse amanhã, não teria coragem de olhar pra ele. Mesmo pra quem não é cristão, não dá pra negar que ele foi uma grande pessoa, com caráter e conceitos bem formados. Não segui seu exemplo. Ou talvez até tenha tentado, mas não cheguei nem aos pés.

Sou uma pessoa cheia de defeitos. E mais do que isso, conheço meus defeitos e muitas vezes não tento corrigi-los. Eles já fazem parte de mim. Sou suscetível aos acontecimentos da vida, e muito sensível. Sofro por coisas pequenas. E muitos me acham grudenta, mas na verdade, sou só carente.

Tenho medo de muitas coisas. E sei que muitas vezes fiz mal pra pessoas que amava. Tenho momentos de amargura e crueldade. E já cometi inúmeros pecados, sou rude e grossa de vez em quando. E quase sempre choro, por questões que poucos entendem. Forcei milhares de sorriso e menti muitas vezes dizendo que estava ótima, quando na verdade eu queria entornar um copo de formol.

Mas a idéia que mais me incomodou nesse dia foi: como eu gostaria de passá-lo? O que eu gostaria de dizer ou fazer pela última vez?

Primeiramente queria dizer que a escolha mais completa do meu coração seria passar esse dia com a minha família. Sim, tem sido momentos difíceis, mas eles são TUDO o que mais amo nesse mundo, são a razão de eu viver e de fazer tudo o que faço, são meus incentivadores, minhas inspirações, meus amores. Eles SÃO a minha felicidade.

Mas claro, isso não seria possível em um dia, já que demoro 20 horas pra chegar em casa.

Pensei, então: queria dizer algumas coisas pra algumas pessoas.

Lembrei imediatamente do Nino e da Faeca, que são pessoas tão amáveis e de quem sinto tanta saudade. Pessoas que amo e com as quais eu seria capaz de passar as 24 horas de cada dia da minha vida sem jamais me cansar. Pensei na Paolinha, que sempre forma esse novo quarteto com a gente. Nessa gorda boboca que me faz rir todos os dias e que reclama da vida comigo. Dessa criancinha meio grande que desperta o meu lado infantil (que nem está tão adormecido assim). O Leone e a Jaqueline, sempre tão presentes. A gargalhada desse monstro que dá pra ouvir da outra esquina e o prato gigante que aquele palito que a Jaque é come. Por todos os dias e noites que eles me acolheram e me deram carinho e muitaaas conversas.

Lembrei dos meus tios e primos, que estão comigo desde o meu nascimento. Ainda que não tão presentes, eu sei que posso contar com eles quando precisar. E em especial a Inês, o Odair e a Kellen, que foram minha primeira-segunda família e a Tia Diva e o Tio Vitalino, que são minha segunda-segunda família.

Aos amigos distantes que fazem MUITA falta: Alan, Raiane, Kmyla, Diego, Giovanni, Leonardo, Arissa. Das tardes de filmes e pipoca, das confidências, dos lanches e dos jogos de canastra. De tudo o que foi e quero reviver em cada minuto que posso estar com vocês. Pelas conversas inteligentes e pela cultura inútil de todos os dias. Por existirem.

Ao Erick, por ter me dado a maior lição e experiência da minha vida: o amor. Um sentimento único e etéreo, que nunca se extingue dentro da alma humana. Por me aturar por tantos anos, cuidando de mim e me dando tudo de você.

Aos amigos próximos: Cauã, Carol, Carolina, Nipo, Louise, Fabrício, Maurílio, Gaby, Felipe. Com alguns, ainda uma discreta amizade, sobre a qual eu gostaria de dizer "Tenho vontade de que cresça muito". Com outros, uma já construída relação de cumplicidade, onde troca de segredos e confiança é um ponto-chave. Pessoas do meu convívio diário (ou quase) que quando vejo eu penso "Quero abraçá-lo(a)".

A Elis agradeço pela experiência maravilhosa que tem sido trabalhar com ela e me aproximar dela. Por me dar a chance de te dar um abraço-gigante-cheio-de-amor e por não me esconder quando algo vai mal. Por me encher de orgulho e de vontade de trabalhar.

Ao Anderson eu queria dizer... o que eu poderia dizer? O quanto eu o admiro, o quanto eu o amo e adoro o abraço meio desconcertado dele? Não, seria pouco. Também não poderia dizer que a presença dele fez diferença na minha vida. É mais. É uma amizade a qual eu dou muito valor e que me transforma a cada dia. Um amor platônico. É isso que é.

Ao Geison. É muito difícil definir o que sinto. E é muito difícil te dizer o que quero. Se lembra da metáfora (terrível!) que usei pra você? Sim, você é um pássaro que foge de ninhos. Ou pelo menos, fugia. Já não sei mais se é assim. Mas sempre tive muito medo, Gê, de ultrapassar alguma linha não muito definida entre nós. Medo de criar pra você uma atmosfera familiar demais onde você não se encontraria. Jamais te tiraria a liberdade, gaiolas não são próprias para pássaros. Mas que mal existe em um pássaro entoar uma canção junto ao outro? Nenhum mal. Você é meu melhor amigo, que me ouve em todos os momentos do dia, que atura meus choros e minhas crises existenciais. Você me faz pensar e ver o que está errado, e sempre me dá uma nova ótica sobre o mesmo problema. Você me ajuda a combater os medos que tenho, e quando eu não consigo lutar, você me protege, da sua forma bizarra que tenta manter aquela fachada distante. Mas quando você me acalma sussurando que tudo está bem, aí eu entendo que você se importa.

Isso pode ter parecido meloso ou dramático. Talvez até os dois. Mas se o mundo acabar agora, eu quero que você saiba que a minha canção está sendo cantada. Que a minha voz tem ganhado mais força por causa do seu apoio, e que você pode se juntar à ela quando quiser. E olha que aqui estou falando só da amizade! =)



Isso pode ter parecido confuso pra muitos. E é. Mas se vocês entenderam o pouco do muito que sinto por cada um de vocês, já é suficiente.

Se o mundo acabar hoje, saiba que estou com vocês.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eu sinto medo.

São 2 e meia da manhã e eu não consigo dormir.

É engraçada e terrível essa sensação, é como se houvesse um bicho, quase uma pulga, dentro de mim, que começa apenas fazendo coceguinhas nas paredes do meu estômago, e então esse bicho vão aumentando e se alastrando, passando para os rins, o fígado, o intestino, o útero, o esôfago até chegar na garganta e me sufocar, sufocar, sufocar, sufocar.

Eu tento controlar as lágrimas, eu não quero parecer fraca, mas não dá.

Já é um monstro isso que tenho dentro de mim.

Eu não gosto do frio, mas senti-lo abranda um pouco essa sensação. Tenho que me equilibrar nessa balança, decidindo o que é menos pior.


Eu me sinto só. E tenho medo. E esse medo faz eu me sentir mais só.

Eu não quero ficar assim.


Eu sei que em casa eu estaria bem. Que eu poderia até acordar aos gritos, mas alguém viria me abraçar no meio da noite e dizer que está tudo bem.

Mas e aqui? Quem eu tenho?


Eu sinto medo, muito medo. E não sei como acabar com isso.


Medo.

sábado, 14 de maio de 2011


Eu tenho sentido falta de alguém.

De um amigo querido que tem estado tão distante. Do meu quase-irmão, quase-marido, quase-eu.

Tenho sentido falta daquele cara que me disse "Eu gosto das mesmas coisas que você, mas não tanto quanto você". Daquele garoto que imitava Feijão e Rango comigo. Tenho sentido falta da sua arrogância que nunca ofende ninguém, talvez por causa da pessoa misteriosamente popular que você é. Todo mundo te ama, e as vezes não dá pra entender. Eu já senti vontade de te matar muitas vezes. De arrancar cada fio de cabelo (que já não são muitos) para te torturar. De apertar teus três dedos podres pra te fazer sofrer.

Mentira, nunca fui tão longe. Só quis te matar. Várias vezes. Mas Zeus sabe que eu não seria capaz.

Porque eu amo você, pequeno hobbit testudo, amo muito. E eu tenho sentido falta da sua presença, das nossas brincadeiras, de passar um tempo juntos assistindo filme e comendo brigadeiro ou simplesmente falando mal dos outros.

Tenho sentido falta de você.


Volta pra minha vida, vai.