quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dentro do Coração da Nebulosa



Não é por ter perguntas sem respostas. É por não saber como encontrá-las.

É por olhar para o lado e enxergar apenas um mar sem fim. Estou em um barco à deriva, só. Ausente do mundo, mas mais do que isso, sentindo o mundo ausente de mim.

Percebo que quando se sente frio, medo e angústia e não se encontra nenhum pilar para se agarrar, é porque algo está errado. Não é normal não ter braços estendidos pra você.

E agora eu estou com frio. E com medo. À noite, não consigo apagar as luzes. A escuridão é muito semelhante ao meu interior.

E eu grito por socorro, e você insiste em não ouvir.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Partido


Nunca vi um coração se dividir em partes tão iguais com sentimentos tão diferentes.

Metade de mim não aguenta ouvir mais um não. Metade de mim quer fugir, desamar, deixar você só, sentindo a perda que eu não fui. Metade quer pegar uma mochila e sair por aí, largar todos os compromissos (da mesma forma que você largou o nosso) "pra me danar por essa estrada, mundo afora, ir embora". Metade de mim só vê sofrimento. E metade de mim quer você longe.

Metade de mim contabiliza todos os sins. Metade de mim quer ficar, amar, nunca deixar você só, pra nem de longe sentir a perda que eu certamente serei. Metade de mim quer fazer compras no supermercado, preparar a comida e te esperar pra almoçar, porque sabe que "sem você, sou pá furada". Metade de mim só vê felicidade. E metade de mim quer você perto.

Metade de mim escreve esse texto.
Enquanto a outra metade fica calada.

Quanto tento descobrir qual das metades é a boa e qual é a ruim só me vem uma resposta:

isso você é quem decidirá.

Mas em uma coisa as duas metades concordam:

felicidade não é uma opção.


Então, não me deixe partida ao meio.