sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Como presa em um pesadelo, sempre volto para o meu ponto de partida.


Fujo. E não adianta.

Corro.
Em uma esteira.

E grito. Grito muito. Grito mudo.


Choro. Desesperadamente, silenciosamente.



Porque não encontro minhas respostas.


E eu pergunto "O quê eu faço
?"
E ninguém sabe me responder.



Continuo pulsando o medo e a covardia, a culpa e a vergonha.

Continuo a correr.


Eternamente em círculos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Borboletas na janela
Dançam ao ritmo
Da minha melodia.

Sorte.

terça-feira, 26 de outubro de 2010


Não doeu. Incomodou.


Eu já sabia. E não era no fundo, era na camada mais externa da pele. Eu sentia. Eu tocava essa idéia com os dedos da minha alma.
Não acariciava nem batia.

Apenas apalpava, com uma curiosidade quase ingênua.


Quando você verbalizou, foi quase uma canção. Uma canção de consolo, não de lamento. Como se estivesse contando a uma criança que seu bicho de estimação havia morrido. Ou ido pro céu.


Quando reagi, foi estupidamente. Apenas disse "Eu já sabia". E pensei todas as coisas que escrevi, mas não disse nenhuma delas.


E então, o soco. Não era alguém qualquer. Não era indiferente pra você. E você só disse "Eu não queria ter feito isso".


E ainda não doeu. Só incomodou.


Como um capim que de alguma forma misteriosa, entra no sapato mas não machuca, só incomoda. Ás vezes até faz cócegas.


E o mais estranho de tudo é como agimos agora. Como fui pra casa com a cabeça cheia de coisas pra pensar, como nos despedimos de modo tão... reticente, como oscilamos entre o agir normalmente e a estranheza quando estamos sós...



Mas isso não dói. Só incomoda.



Porque a minha intuição me preparou pra tudo isso. E, como você diria, graças a Zeus não me apeguei.


Só não quero que fiquemos assim. Porque te amo, te amo muito, e não quero te perder, nunca. Você já faz parte da minha vida. E odeio esse abismo que vezenquando se cria entre nós. Não quero que nos afastemos.



Porque aí sim irá doer.