terça-feira, 28 de junho de 2011


Eu percebi que tenho dito muitas vezes que estou chateada com você.
E também percebi que isso pode estar sendo interpretado de forma errada.


Você não tem me magoado. Inclusive, acho nossas discussões muito produtivas. Hoje mesmo disse para outra pessoa que você está me fazendo abrir os olhos para o mundo e crescer. Tenho notado que fico magoada por coisas pequenas e sem sentido, e muitas vezes, por situações que eu mesmo provoco, pressupondo o que você falou. Nem sempre é assim, tenho razão em algumas brigas. Mas na maior parte, é birra.

Tenho me preocupado com isso. Porque pode ser que você pense que não estou bem ao seu lado. Naquela discussão do dia 19, você se lembra? Você mencionou que se achava a pior pessoa do mundo por me magoar assim. Eu não desmenti. E essa foi um dos meus grandes erros.

Você é incrível. É meu companheiro, amigo, colega. Me dá carinho. Me apoia, aguenta meus surtos! Me faz crescer, e muito, sempre fez. Não sei se já te disse isso, mas é uma das melhores pessoas que conheço. Me orgulho de te ter do meu lado, admiro você.

Tenho medo de nunca ter deixado isso claro. E na verdade, esse texto é mais um relato do que uma postagem poética. Só quero te dizer tudo o que não consigo falar olhando nos seus olhos.


Você é importante pra mim.

Você não me faz bem, você me faz feliz.

Estou do seu lado porque quero, porque gosto.
Não por carência. Não porque preciso.

Estou com você porque amo seus olhos, seu humor e sua sinceridade. Porque amo sua forma estranha de demonstrar carinho. Amo sua preguiça, seu desleixo, sua simplicidade.

Carinho eu posso conseguir com qualquer um.

Com você é diferente.

domingo, 26 de junho de 2011

Passos


Meus passos eram lentos e curtos, em contra-ponto aos seus, que me buscavam na direção contrária. Avistei, no escuro, um vulto que eu sabia que era o seu. Os faróis de um carro iluminaram você por um segundo, e eu tive certeza. O casaco do seu avô, o cabelo preso, aos mãos no bolso. Aquela figura alta e esquálida que eu gostava muito.

Ao perceber-te, meu corpo todo mudou. Minhas pernas, involuntariamente, aceleraram o ritmo, acompanhando meu coração. Minhas mãos se enfiaram nos bolsos e o meu foco foi para o chão. Senti um leve rubor nas bochechas e uma sensação quente na ponta das orelhas. Dentro de mim, um rebuliço. Fora também. Mas eu tentava disfarçar desviando, a todo custo, a minha atenção do lugar em que você se encontrava.

Era inútil. Os meus olhos procuravam os seus.

Ao te encontrar, um abraço. No frio, todo meu corpo foi envolvido por calor humano. E, paralelamente, por uma sensação cheia e incômoda, uma sensação de despedida, de última vez.

Sentamos no sofá. Eu olhava seu rosto, já tão conhecido, e percorria cada canto dele com as minhas mãos. As duas pintinhas marrons, na base do pescoço, que eu tanto adorava (sem você saber). Você fazia 'barulho de monstro' nas minhas bochechas, e foi a primeira vez do dia em que eu ri. Fazia menos de 5 minutos que eu estava na sua presença.

Eu alternava meu foco entre o chão (mais precisamente, o carregador da bateria do notebook) e o seu rosto. As piadas que você fazia (a maioria delas me tirando, obviamente) me faziam rir com mais vontade. Uma frase se repetia na minha mente sem parar: "eu vou sentir tanta falta dele".

Mas por que eu sentiria falta? Eu estava bem, ele estava bem, não havia sinais de tempestades no nosso céu. Não havia nada que pudesse me fazer perdê-lo. Então por que parecia que era a última vez que eu olhava os seus olhos fundos e castanhos (que hoje pareciam verdes, juro!), o seu nariz estranho, o seu bico quando fala "não"e o seu pescoço longo? Por que parecia que eu nunca mais estaria tão próxima, tão bem, tão sua?

E é claro que você percebeu que havia algo errado. Como não perceberia conhecendo todas as minhas pestes, as minhas pragas, os meus sins, os meus nadas, as minhas tão variadas e mentirosas afirmações de que tudo está bem? Conhecendo, inclusive, todos aqueles sentimentos (dos bons aos podres) que eu escondo de todos, mas não consigo guardar de você?

Mas entre todas as palavras que soltei (depois de inúmeras negações) tudo pareceu exigências. Quando na verdade, não é. Se trata de sentimento, não de tempo. Não, nem sentimento não é. É expressão. Isso. O que quero é a sua expressão. Que eu possa ler tua alma tão bem quanto você lê a minha.

Meu coração está mais calmo agora. Aliviado pelas suas certezas e olhares.

É por isso que estou escrevendo pra você. Pra saber o que sinto.

E eu tenho tanto a dizer, mas ainda não posso falar.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Frio. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Solidão.Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Cansaço. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Desespero. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Fuga. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Exaustão. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Peso. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Desorientação. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Frieza. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Raiva. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Saudade. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Vertigem. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Farpas. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Distorção.