segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Para um velho amor



Nunca, nada nunca acaba.

Não acaba porque foi intenso, porque é verdadeiro, porque será eterno.

Nunca, nada nunca morre.

Porque ainda que, aos poucos, o tempo desgaste os compassos da nossa melodia, e o ritmo vá se distanciando da salsa e se aproximando da 5ª sinfonia de Bethovenn, não cessa. Os corações ainda pulsam embalados pelo bolero da meia-noite.

Nunca, nada nunca perece.

Sempre existe a memória, prece de todos os dias, pra nos recordar do momento passado. O momento presente, esse sim, é formado por precisas ligações entre o anterior e o próximo. O esquecimento não existe. Ele apenas é um lapso atemporal de nosso espaço.

Nunca, nada nunca sobrevive.

Sobreviver é uma conturbada forma de seguir em frente. É estar sobre a vida, além dela. O amor não sobrevive. Ele vive. Ele revive.

Nunca, nada nunca passa.

Porque mesmo se tornando passado, não passou exatamente. Ficou guardado em alguma gaveta das lembranças, dos eternos, das revistas.



E não pense que "velho" é um pejorativo. É apenas pra lembrar o quão antigo é esse sentimento nutrido por duas almas que são velhas conhecidas. Porque não, não pode ser dessa vida.

Esse amor é muito mais antigo do que eu.

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