Autor: Dário M. F. Santos
Eu estava aninhada no peito dele, sendo envolvida pelos seus braços. Era noite, era frio, e o seu calor me mantinha aquecida.
Ele me fazia carinho e a sensação era boa.
O ar estava tenso, a iminência do que poderia acontecer me deixava apreensiva. Por vezes sem conta pensei "Será que não estou aumentando e distorcendo os fatos?". Eu queria acreditar que não.
Eu sentia falta dele.
Tinha sido confusa a nossa história. Doeu. Machucou. Mas teve momentos impagáveis. Além disso, nossa naturalidade um com o outro cresceu muito.
Eu sentia falta dele.
Muitas coisas tinham acontecido desde então. Histórias se resolveram, outras começaram e logo acabaram e algumas nem mesmo chegaram a começar. Houve tropeços, quedas e saltos.
Mas eu sentia falta dele.
E confesso que desde o momento em que os 'fantasmas' realmente se tornaram 'fantasmas' pra mim eu pensei nele com frequência. Não entenda mal. Eu não tinha em mente nenhuma relação mais profunda que a amizade. Mas eu ficava bem na presença dele, quando a sua mão tocava, mesmo sem querer, a minha mão ou o meu rosto eu sentia um arrepio difícil de explicar. Ele era/é meu porto seguro. Era engraçado como meus problemas pareciam insignificantes quando ele estava por perto. E tinha um sorriso filho-da-puta que surgia sempre que eu o via.
Eu sentia falta dele.
E naquele momento, naquela madrugada de Páscoa, quando nossas mãos se encontraram e nossa respiração se sincronizou, eu me senti feliz. E diferente daquele outro começo, eu não fugi. Eu queria.
Porque eu sentia falta dele.
E assim como o começo foi diferente (apesar de elementos tão iguais, você notou?), a história está sendo escrita de outra forma. E estou gostando muito dessa nova fonte.
Agora, calmamente e sem planos, espero pra ver a trajetória desse vôo. E desejo que, tão cedo, eu não volte a sentir a sua falta.
Desejo que você continue aqui.
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